sábado, 12 de junho de 2010

XXXVII

Deixo as portas abertas
para que o mundo venha
que entre os loucos
que entre os subjucidas
que se achegue os terroristas
e que no sono parta os sonhos.

Deixo as portas abertas
para que a imaginação flutue para fora do lar
para que nas noites só um raio bata frente a porta
para que ela chegue mansinho tirando as minhas roupas
para me envenenar de solidão
e que os fantasmas não se esqueçam do meu endereço

Deixo as portas abertas
para avistar de longe a rosa
para não secar as pétalas do coração
para que as lágrimas não alaguem o quarto
para que o mundo não me espie no escuro
e a lua cai sobre as janelas

Deixo as portas abertas
para não levantar para abrir
para não usar as mãos em outro oficio
para que me vejam tendo orgasmo dormindo
para que os versos não fiquem solitários
e para respirar o ar puro que me cerca.

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