sábado, 12 de junho de 2010

XLV

I

Sou poeta e vadio
Vejo em meu toque a minha força
Desenho em volúpia o mundo
uso todos os pedaços do meu corpo na guerra do amor.

Na minha casa a prostituta é rainha
Os deuses estão mortos
As autoridades esquecidas
Não há aspas na minha vida.

Sou poeta...
Sou vadio....

Sou um poeta vadio
Mas, por favor, não me confundam
com os olhos da moral

A civilização em decadência
contendo o corpo.
"Bota pra fude" com o sistema
desista do mundo da hipocrisia.
Viva aos desejos.

Sou poeta...
Sou vadio...

Espero com paciência os seios
que em minha boca vão derreter.
Salivas trancadas voam ao ar
O grito efêmero não se desfaz.

Espero na impetuosidade do ocaso
Na decadência dos dias
Na volúpia e na loucura

Sou poeta...
Sou vadio...

Espero por cinturas que dance entre minhas pernas.
Não tenho tempo para o amor
aceito a condição insustentável de minhas mãos.

O delírio que destrona o homem
A imaginação em mil fantasmas tarados
Deixo a porta do coração aberta
para brincar, apenas para brincar...

Sou poeta...
Sou vadio...

Para aqueles que querem se envenenar de meu remédio
não force a loucura
deixe o pênis ereto, os cus abertos

deixe qualquer boceta em lágrimas
como se o mar tivesse despertado
num choro ao dia do gozo....

Sou poeta...
Sou vadio...

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