domingo, 13 de junho de 2010

LII

Barco

Hoje não quero ver o mundo
se paga um preço muito alto pelos sonhos.
Será suportável todo o desafio?
Há a coragem no coração para seguir a viagem.

Caminhos sinuosos de lua cheia
as mãos tremulas,
feito os galhos secos
A noite deserta ardendo a pele
os pés se furam desistindo do peso.

Conchas vazias que se enroscam no casco
fico parado no meio do nada
um oceano fosco marasmado
As águas se abrem
parece que algo se levanta para me engolir.

No fundo o azul celeste do céu,
pintado na orla das estrelas
a vida gritada na morte.
O Mar chora a distancia das mãos
o mergulho adiado pela a noite sufocante.

Os olhos ainda na superfície
barreiras das mentes humanas
as mesmas ofendem
e destrói os peitos.
O julgo da história dos amantes.

São nos tempos marítimos e solitários
que se cria os motivos mais ordinários.
É o medo do amor
para sempre suicidas de frases mortas
E a loucura reintegrada as águas.

Um vento forte no cais
há saudades das fotografias que queimam.
E coisas inexplicáveis passam entre os dedos
é como sentir o suspiro silencioso do pulmão,
a mortalidade dos dias que os deuses não podem viver.

Viajantes em naufrágios
inventaremos o amor para brincar
há os limites fúteis do amar
as ignomias na partitura do existir,
esquecendo do mundo em um.

De repente golfinho pelado rindo,
como se divertisse de nossas caras nostálgicas.
Enquanto pessoas se afundam na pele
destro das orquestras desafinadas
fixo os olhos no caminho.

Sigo infeliz na musicalidade das ondas
O balanço é profundo no viver
Se virar o barco ao som do mar
não sei, continuo a navegar
feito as gaivotas do norte...

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