domingo, 13 de junho de 2010

XLVIII

Olha, doce flor, leve contigo as lágrimas que o poeta jogou ao Mar
leve estes versos de cristal para que cristalize em seu coração
um louco desejo pela a vida
pegue também um botão da rosa do meu jardim
para que dele nasça a mais bela melodia.

Não se esqueça das cartas de amor que em meu quarto guardo
dentro de garrafas de vidro que um dia jurei jogar ao firmamento
em mim cada gota destas garrafas exprimem mundos
continuam para sempre embriagando os mendigos
levantando os defuntos
matando as autoridades
desafiando os deuses
desorientando a gramática
e amando a vida.

Olha, doce flor, leve contigo as lágrimas que o poeta jogou ao mar
Veja, pelo meu corpo corre a doce música que prometi para ti
desejo errante de uma noite em que as salivas sussurravam na pele
e as mãos correm ao corpo
imaginando as tempestades que um dia hão penetrar
nos sonhos.
No instante que um silencio escaldante avista o mar
que se reveste entre as pernas.
avista o rouco gemido que recitaste nos ouvidos
avista o amor que um dia guardei
num pequeno momento de loucura.

Que os corpos se transformam
numa breve e estranha história
de amantes no oceano
as estrelas despencam do céu
batem no mar,
como se escutasse os gemidos
que em seu corpo penetra

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