quarta-feira, 24 de março de 2010

VI


Oi, meu nome é Silvio, mas prefiro não ter um nome, não ser chamado por ninguém, ser para sempre incompreendido, como algo que ainda não nasceu, ou que nasceu só que não foi inventado pelos homens e nem pelos deuses, que possui uma magia antiga daquelas que o coração sente. Às vezes tenho medo de sentir:de amar alguém, de apaixonar e de enlouquecer. Eu tenho medo de todas as coisas boas que se aproximam de mim, porque não sei explicá-las, não sei o que é amor, dizem que é uma pequena palavra de quatro sílabas construída pelos homens, mas que é difícil de sentir. Mas se o amor é uma coisa boa porque os homens têm tantas dificuldades para senti-lo? Esqueci de dizer que tenho uma mania de fazer perguntas estranhas. São perguntas chatas que me deixam triste e me faz pensar como um ser humano. Elas, surge quando esqueço de sentir e fico a querer explicar o que sinto. Acho que nasci para sentir a humanidade e as coisas, mas é claro que a humanidade são as coisas e as coisas são a humanidade. Sei que nunca vou ser um pássaro, mas gosto de senti-lo bebendo água e gosto de sentir a água que o pássaro bebe quando bebo água e assim me torno um pássaro, vôo por todos os mundos. Sinto que algo dele está em mim, bem dentro de mim, como se ele fosse eu.

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