sexta-feira, 26 de março de 2010

XV



Escrevo letras às vezes, elas deslizam, voam como pássaros, saltam como a chuva e se tornam terra. Também sou terra, ela esta em cada poro da minha pele. Nela piso todos os dias, não para maltratá-la, como se ela me deixa acariciá-la e depois me leva para dentro, engole-me como entranhas vivas. E eu como morto tenho um orgasmo. Sim, a “terra”, mas o planeta terra me cansa um pouco, os seres humanos me cansam, sugam minha energia, tomam minha liberdade, querem roubar minhas palavras, como se eles fizessem parte delas, como se eles estivessem sido pássaros um dia.

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