quarta-feira, 31 de março de 2010

XIX

Se hoje o seu corpo desaba,
no doce vento que corta a alma,
como as folhas das árvores
que imitam as borboletas durante a queda.

Se hoje os seus seios são dois precipícios,
que deliram nas salivas
alimentando o desatino do sonho vadio,
exaltando a vida que nutrimos no peito.

Se hoje você se fez num pássaro,
como o amor ventoso de desejos
perseguindo as noites,
cheirando orgias e inquietando os amantes.

Se hoje sua boca grita,
pelo corpo no meio do nada:
louca, delirante, extravagante,
excêntrica, perdida, de sorriso ébrio.

Se hoje você corre torta,
esquece de todas as regras,
anda virgem de humanidade,
parte e si parti....

Se hoje o seu ser me ilumina,
como uma tocha ardente,
um brilho intenso do mar,
seguindo louca luzente de ardor.

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