quarta-feira, 24 de março de 2010

XI

Não se lembras
de minhas mãos correndo desesperadas
como a lua perdida em nuvens
e do sopro no coração que deixaste
confundido no seu olhar

Na se lembras
da imaginação tarada perdida
e nas palavras elusivas da noite.
cravando uma história
no desaparecimento do desenho

Não se lembras
dos olhos que fisgou.
nas entranhas de uma rua deserta
sentada a mesa do bar
e os mundos que por aí passou

Não se lembras
das sombras que fiz
ao tentar iluminá-la
ou perdê-la nos ritmos do coração
contaminei estradas com parte do seu sorriso

Não se lembras
dos olhos que partiu
e lá do alto gritou
a falta de ar que sinto no peito
no despedaço dum mundo morto.

Não se lembras
que descrente fiz os dias.
que das mediocridades
me enfartei
e fiquei mal acostumado com as ilusões

Não se lembras
que procuro lugares para me proteger
longe dos imbecis cerrados nos automóveis
e dos prédios que ficam a me fitar
babacas sentados nos altares mesquinhos.

Não se lembras
que nos ritmos há sombras
que criamos para a diversão
como ondas indomáveis
que atrevo subjuciar no tempo do desespero.

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