domingo, 30 de maio de 2010

XXVIII

No meio do nada
um poema preso à goela dentro
os homens em jaulas de vidro
as mãos esquartejadas
com medo na cara do mundo.

A noite sombria na neblina
o tempo parado nas mãos
um homem que caminha sozinho
nos bolsos papeis avulsos
de velhas fotografias mortas

Há metais luminosos a volta
num brilho intenso que cega
matando lentamente os sonhos
o coração também é feio em sangue
o barulho do trem no olhar.

Um silêncio irritante de suicida
fosco vento abismado
se paro frente ao céu o barulho aumenta
sai do túnel monstros humanos
com a lua esquecida em lágrimas.

As sombras apagadas da noite
apagado também o misterioso coração
pessoas em caminhos distintos
o tempo preso ao cartão
E um mundo que tira o sono dos poetas
no meio do nada.

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