Eu nunca me senti tão livre
dou gargalhadas da cara do mundo
e dos homens superficiais atrás de seus mesquinhos interesses.
A noite escura também ri
Há um rio frente ao abismo
que não se contem ao olhar a espécie em decadência.
As folhas despencam ondulando
e as pessoas invejam
aqueles levitam sobre as ondas.
Sei que não posso entender tudo
na minha frente os sonhos são pobres
O mundo é pobre,
ou melhor:
O homem é pobre!
Amores na miséria da pele
todos querendo motivos para se fornicar
e de perto ninguém é normal.
Sei que estou na contramão
penso no lado oposto
Viro me do avesso
Digo: não é obvio.
Provoco os peitos pequenos que em mim debruçam
dou risada do meu vasto coração
E salto por cima dos caretas gritando.
Eu nunca me senti tão livre
um livro aberto para a loucura
uma chama acesa para a morte
um suspiro lento para o gozo.
Uma estrada deserta para o amor
uma descoberta rasteira no devir
um amante virtuoso para os corações.
Enfrento os males dos hipócritas
e a carne se entrelaça na pele
lutando no sem sentido.
Acredito que sou uma dinamite
explodindo de prazer
voando em fumaça de nuvens.
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