Posso caminhar deserto
e não me ver
Posso passar a passagem na rotina
inventar momentos eternos na água
e dos olhos tirar uma lágrima.
Posso perder o vôo que me prendo
e de vista ofuscar a mim mesmo
desaparecer num beija flor
como as nuvens e as suas sombras.
Posso terminar o tempo da loucura
acreditar nos peixes mortos ao sair do Mar
e na vida que deixamos na fragilidade dos dias
e assim se esconder em terra
num passar fumegante de ar..
Posso caminhar sozinho e não ver
brincar com as batidas do coração
silencioso no absurdo das mãos
gritante ao delírio o mundo
e a imagem do Mar se perde
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